Escuridão.

Trancada em um quarto escuro, doente, remédios, água, pensamentos, medos, anseios, pensamentos, pensamentos e mais pensamentos. Vontade louca de gritar, de quebrar, de chutar, de bater. Vontade de extravasar, de botar pra fora tudo o que me vem a mente nesse exato momento de profunda solidão. Tão acompanhada, mas sempre tão sozinha, solidão me toma os dias, as horas, os minutos que me restam... Já não consigo mais ser quem sou, algo em mim foi perdido, talvez o brilho dos olhos como uma criança, o sorriso contagiante e fácil, a alegria que sempre foi transmitida e hoje não é mais. Talvez, tenha dado ao meu ser um coração diferente do que tinha antes, ou talvez aquele mesmo coração tenha escurecido, ficado doente, tomado de pensamentos, medos, anseios. Eu sei que ele não cansou totalmente, ele ainda quer, mas eu já pedir o controle sobre ele... Talvez alguém o encontre por aí e vai trazê-lo de volta.
Ou talvez, eu não consiga mais tê-lo em meu controle novamente. Pois é, tomada de talvez, é assim que me sinto, já não tenho mais certeza de nada que se passa ao redor. Tornei-me um ser parado que não tem mais certeza nem dos próprios sentimentos.